DISFARÇA E CHORA

Escrito em 22/07/2023.

 

 

Disfarça e Chora é o título de uma música do Cartola que você já viu/ouviu por aqui.[1]

 

A expressão tem tudo a ver, pois ninguém gosta de chorar e, menos ainda, de chorar em público. Então, o negócio é disfarçar.

 

Mas não devia ser assim. Quando nascemos, na sala de parto, tudo o que se quer é que a criança chore, e quanto mais forte o choro melhor, é sinal de saúde! Aliás, segundo os cientistas, chorar faz bem, “… o choro produz uma espécie de analgésico natural quando é formado e libera uma série de hormônios no nosso organismo. Essas substâncias, como a ocitocina e a endorfina, trazem uma sensação de bem-estar e ajudam a apaziguar a dor física e emocional”.[2]

 

Então estão certos os bebês que, em média, choram de uma a três horas por dia![3]

 

Ou o Mick Jagger quando tinha, ele próprio, cara de bebê:[4]

 

 

 

 

Ontem eu tinha terminado de ler um livro que conta uma história super triste[5], aí ligo a TV e fico sabendo que o Tony Bennett morreu. Não que seja uma tragédia morrer aos 96 anos de idade, tendo cantado em público, maravilhosamente, até os 94. Mas acho que eu estava meio propenso, então disfarcei e dei uma choradinha, de leve, ninguém viu.

 

Os motivos às vezes nem importam, tem momentos em que é mesmo hora de chorar:[6]

 

 

 

 

Chorar, porém, não precisa ser só de tristeza. Pode ser por uma emoção boa, como a que teve Belchior, na plateia, ao ser homenageado de uma forma surpreendente.[7]

 

 

 

 

 

[1] “Disfarça e Chora” (Cartola / Dalmo Castelo), relembre em https://temmusicapratudo.com.br/2019/01/19/fim-de-ferias/ .

[2] Veja em https://blog.alice.com.br/sua-saude/chorar-faz-bem-beneficios-choro/ e também em https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/09/04/chorar-faz-bem-e-e-necessario-para-nossa-saude-mental-entenda-os-motivos.htm

[3] Conforme https://pt.wikipedia.org/wiki/Choro_(fisiologia)

[4] The Rolling Stones, “As Tears Go By” (Mick Jagger, Keith Richards, Andrew Oldham), in Martin Scorsese’s Shine a Light, Disco 1, 2008.

[5] “Na Mesa do Lobo”, de Rosella Postorino, Ed. Planeta, 2020.

[6] Willie Nelson & Norah Jones, “Crying Time” (Buck Owens), in Here We Go Again: Celebrating The Genius Of Ray Charles, 2011.

[7] Belchior, “Galos, Noites e Quintais” (Belchior), in Coração Selvagem, 1977.