BEIJINHO BEIJINHO

BEIJINHO BEIJINHO

09/05/2021 2 Por Marcelo Pantoja

Escrito em 08/05/2021.

 

 

O beijo está em centenas de músicas, e uma das minhas preferidas é aquela que pede “um beijo para construir um sonho”:[1]

 

 

 

 

Dizem até que o beijo faz bem para a saúde, dentre outros efeitos, oxigena o sangue, movimenta 29 músculos (17 só na língua!), aumenta a imunidade, diminui o estresse e favorece a liberação de endorfina, “substância responsável pela sensação de bem-estar, conforto, melhor estado de humor e alegria”.

 

Calma. Antes de sair beijando todo mundo por aí, saiba que o mesmo artigo onde encontrei essas informações (que é anterior ao coronavírus) diz que pelo beijo se pode transmitir herpes, sífilis, cárie, catapora, caxumba, gripe e outras cositas.[2]

 

Isto não te faz pensar em todos os lábios que beijou?[3]

 

 

 

 

O beijo “romântico” é algo relativamente recente na história do mundo. Na antiguidade, os beijos eram dirigidos apenas aos deuses. Depois, passou a ser um gesto de reverência a imperadores, ao Papa, e só em tempos mais modernos passou a ser visto como um símbolo de afeição, de amor ou de desejo sexual.[4]

 

Para a Wikipédia, é “o toque dos lábios em outra pessoa ou objeto”. O Aurélio vai mais longe, chega a ser didático, tem até um quê de sacanagem: “Ato de tocar com os lábios em alguém ou alguma coisa, fazendo leve sucção; ósculo”.[5]

 

Em geral, porém, um beijo é só… um beijo![6]

 

 

 

 

Esta mulher de olhar hipnotizante é Ingrid Bergman, o pianista se chama Arthur “Dooley” Wilson, o galã é Humphrey Bogart, em Casablanca, de 1942, um dos maiores filmes da história do cinema. E a música – “As Time Goes By” – foi considerada a segunda melhor “música de filme” de todos os tempos, perdendo só para “Over The Rainbow” com Judy Garland (do Mágico de Oz).[7]

 

Este tema de hoje me fez lembrar do primeiro megashow da minha vida, em um grande estádio, em 1983, no auge dos meus 15 anos. Não, românticos leitores, não é por causa de nenhum beijo. É porque o show foi justamente do Kiss[8], em sua primeira e histórica passagem por solo brasileiro.

 

Eu gostava muito da banda, mas o que mais me marcou naquele dia (já disse, não foi nenhum beijo) foi a emoção de pisar no gramado do estádio do Morumbi, que até então eu só via pela televisão ou da arquibancada, nos jogos do Palestra que meu pai me levou.

 

Não resisti, enchi o bolso com um tufo de grama e levei pra casa.

 

Por hoje é isso amigos. Mas não posso deixar de aproveitar a data e mandar beijos para todas as Mães do mundo, e um especial para a minha, que me amava mesmo quando eu era, como direi, meio assim…[9]

 

 

 

 

[1] Louis Armstrong, “A Kiss to Build a Dream On” (Harry Ruby, Bert Kalmar, Oscar Hammerstein II) in Sing It, Satchmo, 2007.

[2] in https://sosdr.com/blog/o-beijo-faz-bem-a-saude

[3] Caetano Veloso, “Lábios Que Beijei” (Álvaro Nunes “J.Cascata” / Leonel Azevedo) in Fina Estampa, 1995.

[4] in https://pt.wikipedia.org/wiki/Beijo

[5] Aurélio Buarque de Holanda Ferreira in “Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa”, 4ª. Edição, 2009, Ed. Positivo, p. 280.

[6] Dooley Wilson, “As Time Goes By” (Herman Hupfeld) in Casablanca (soundtrack), 1989.

[7] in http://www.afi.com/100years/songs.aspx

[8] Kiss = beijo em inglês

[9] Kiss, “Rock’n Roll All Nite” (Paul Stanley / Gene Simmons) in Dressed To Kill, 1975.