EU QUE FIZ

EU QUE FIZ

08/06/2019 9 Por Marcelo Pantoja

Escrito em 07/06/2019.

 

 

Quando você gosta de uma música é porque de alguma forma ela te tocou, às vezes pela melodia, às vezes pelo balanço, pelo ritmo, às vezes pela poesia da letra, às vezes pela voz do cantor, às vezes por alguma lembrança que ela traz, às vezes por tudo isso junto e mais alguma coisa.

 

Tem música, porém, que parece que foi feita de propósito para você, ou sobre você, ou até mesmo por você, tamanha é a identidade entre o que ela diz e aquilo que você viveu, sentiu, ou está vivendo e sentindo em determinado momento.

 

Nelson Gonçalves falou em uma entrevista: “… cada música minha encontra centenas, milhares de pessoas vivendo aquilo…”

 

Todo mundo tem pelo menos uma música dessas, ou teve em algum momento específico. Tem música que chega a dar medo, de tanto que ela fala de você mesmo. Olha só o susto que essa moça levou[1]:

 

 

 

 

O tema de hoje me obrigou a quebrar uma regra meio que sagrada deste blog, que é de não repetir um artista em dois textos seguidos. Não tive como evitar de trazer o Milton de novo, pois, certas canções que ouço, cabem tão dentro de mim, que perguntar carece: como não fui eu que fiz?[2]

 

 

 

 

Quebrei a regra, também, para impressionar minha namorada de 26 aninhos. Afinal esta semana tem Dia dos Namorados.

 

Os 26 são de namoro, não de idade. E ao longo de todos estes anos, sempre que penso nela – a namorada, e ouço a música do Genesis, tenho certeza absoluta que fui eu mesmo que fiz![3]

 

 

 

 

 

[1] Roberta Flack, “Killing Me Softly with His Song” (Charles Fox, Norman Gimbel), in The Best of Roberta Flack, 1981.

[2] Milton Nascimento, “Certas Canções”  (Milton Nascimento, Tunai), in Anima, 1992.

[3] Genesis, “Follow You, Follow Me” (Banks/Collins/Rutherford), in Genesis Three Sides Live, 1982.