ULALÁ!

ULALÁ!

18/05/2019 7 Por Marcelo Pantoja

Escrito em 17/05/2019.

 

Sem inspiração, achei que o Tem Música Pra Tudo ia passar batido esta semana, quase dei uma folga para vocês, meus amados leitores.

 

Mas vi na TV uma matéria sobre a comemoração de 130 anos da Torre Eiffel, o que me trouxe muitas recordações.

 

Não propriamente de Paris, que conheci muito rapidamente, mas das músicas relacionadas à cidade, como April in Paris, gravada por meio mundo – Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, Count Basie, Thelonious Monk, Frank Sinatra, Charlie Parker, e também pela (falecida esta semana aos 97 anos de idade) Doris Day, para o filme de mesmo nome, de 1952[1]:

 

 

 

 

Falando em filme, Paris e música, por aqui tivemos Joana Francesa, canção encomendada ao Chico Buarque[2] para o filme homônimo de 1973, onde é cantada pela atriz francesa Jeanne Moreau.

 

A música é deliciosa, com metade da letra em português e metade em francês. Também foi gravada por um monte de gente, mas fuçando na Internet descobri esta interpretação que não consta (que eu saiba) de nenhum disco:

 

 

 

 

O bom de música boa é que normalmente ela é generosa e te dá carona para onde você quiser. Se você está momentaneamente sem grana para visitar a Cidade Luz, não se preocupe, sempre é possível passear sob as pontes de Paris com o Dean Martin[3]:

 

 

 

 

Mais do que lembrar de alguma música específica, Paris me remete a discos inteiros. É que, por alguma razão que desconheço, vários artistas não franceses têm o seu “ao vivo em Paris”. Fazendo uma busca na minha velha coleção encontrei “Amália Rodrigues no Olympia”, “Art Blakey – Paris Olympia”, “B.B.King Live in France”, “Chico Buarque ao Vivo Paris Le Zenith”.

 

E o melhor disco ao vivo de todos os tempos (rivalizando apenas com “Alchemy – Dire Straits”), o álbum duplo chamado, vejam só, Paris, do Supertramp.

 

Este clássico foi lançado em 1980, eu era muito criança, devo ter comprado o meu LP Duplo, sei lá, em 1984 talvez. Ouvia feito louco, último volume (principalmente em Fool’s Overture, com o discurso do Churchill), ouvia e reouvia os quatro lados, por anos e anos, nunca enjoei.

 

E lá pelo final dos anos 1980, que luxo, ganhei dos meus velhos amigos de São Caetano o Paris em CD, importado dos States, uma extravagância, fizeram uma vaquinha e me deram de aniversário. É o que eu ouço até hoje, ainda em último volume.

 

Esses mesmos amigos estavam comigo no estádio do Morumbi no Hollywood Rock de 1988, quando assistimos o Supertramp já sem o Roger Hodgson, ou seja, não vimos esta cena[4]:

 

 

 

Muitos anos depois, também em São Paulo, pude assistir um show do Roger Hodgson, sem o Supertramp. Não se pode ter tudo, não é mesmo?

 

Paris também é o nome do melhor bar com música ao vivo que já existiu em São Paulo, o extinto Café Paris.

 

Engraçado: na TV o que eu vi era a Torre Eiffel, mas acabei mesmo em São Caetano do Sul e num barzinho do Butantã.

 

E gostei!

 

 

 

[1] Doris Day, “April in Paris” (Vernon Duke/E.Y. “Yip”  Harburg), in A Portrait of Doris Day, 1989.

[2] Chico Buarque e Fagner, “Joana Francesa” (Chico Buarque) in A Arte de Chico Buarque, 1975.

[3] Dean Martin, “Under The Bridges of Paris” (Cochran / Scotto), in Coleção Folha Grandes Vozes vol. 24, 2012.

[4] Supertramp, “The Logical Song” (Roger Hodgson, Rick Davies) in Paris, 1980.