AND THE PAPAS?

AND THE PAPAS?

12/05/2019 7 Por Marcelo Pantoja

Escrito em 11/05/2019.

 

 

Elas são a alegria dos psicanalistas, o terror das professoras e diretores de escola, a tara do Édipo.

 

Como 100% das pessoas têm certeza que sua mãe “é a melhor do mundo” (basta ver no Facebook!), vou me abster de fazer propaganda da minha.

 

Embora eu pudesse: como a minha se chama Mary, pelo menos aqui por essas bandas eu e meus irmãos somos dos poucos que podem se gabar de ter uma Mother Mary de verdade, “speaking words of wisdom” para nós[1].

 

 

 

 

Tem música pra tudo, e tem música pra tudo quanto é tipo de mãe. Até para mães superprotetoras, que com seu comportamento acabam deixando seus filhos meio despirocados, como o Roger Waters, líder do Pink Floyd[2]:

 

 

 

 

Boa parte do legendário disco The Wall, do Pink Floyd, tem a ver com os traumas do Roger Waters com sua mãe.

 

John Lennon também extravasou na música os seus problemas com a mãe (que o entregou para a irmã dela criar, a Tia Mimi) em canções como Mother[3] e Julia[4].

 

Anita O’Day, a maior cantora do Jazz de todos os tempos, também tinha problemas nesta área. Ela foi criada  pela mãe solteira, e em sua biografia diz que sempre se sentiu como um excesso de bagagem, e que até os sete anos achava que seu nome era “cala a boca!”.

 

Se essas mães problemáticas nos deram Roger Waters, John Lennon, Anita O’Day, dá pra concluir que mãe, mesmo quando é ruim, é boa. Que nem pizza!

 

Mãe tem diversas funções no mundo, mas a principal (conforme o sonho do Paul McCartney no filminho acima), é assegurar ao(à) filho(a) que está tudo bem, tudo vai dar certo. Mesmo que ela tenha só dezesseis anos e não tenha a mínima certeza do que está dizendo[5]:

 

 

 

 

Outra que tem enorme função social é a mãe do juiz de futebol. Só quem já vivenciou sabe o quanto é libertador, relaxante e delicioso gritar em uníssono, a plenos pulmões com milhares de pessoas no estádio: FilhA da P…, FilhA da P… (assim mesmo, no feminino, embora a maioria dos árbitros seja homem). É melhor que terapia, massagem, ioga, do-in, o cara sai zerado.

 

Bom, deu pra perceber que este texto foi feito para o Dia das Mães, então você me pergunta: que cazzo de título é este?

 

O título foi só para equilibrar as coisas, hoje em dia é muito perigoso elogiar um gênero só, vão dizer que é discriminação. Ou então é apenas um pretexto para inserir uma musiquinha de The Mamas And The Papas que eu gosto muito[6]:

 

 

 

 

Feliz Dia das Mães, pra minha, pra sua e pra do juiz.

 

[1] The Beatles, “Let It Be” (Paul McCartney, John Lennon) in Let It Be, 1970.

[2] Pink Floyd, “Mother” (Roger Waters, David Gilmour), in The Wall, 1979.

[3] John Lennon, “Mother” (John Lennon) in Lennon Legend – The Very Best of John Lennon, 1997.

[4] The Beatles, “Julia” (John Lennon, Paul McCartney) in The White Album, 1968.

[5] Pato Fu, “Rock’n Roll Lullaby” (Cynthia Weil / Barry Mann) in Música de Brinquedo, 2010.

[6] The Mamas And The Papas, “Dream a Little Dream Of Me” (Kahn/Schwandt/ Andre) in 16 Of Their Greatest Hits, 1970.