ULALÁ!
Escrito em 17/05/2019.
Sem inspiração, achei que o Tem Música Pra Tudo ia passar batido esta semana, quase dei uma folga para vocês, meus amados leitores.
Mas vi na TV uma matéria sobre a comemoração de 130 anos da Torre Eiffel, o que me trouxe muitas recordações.
Não propriamente de Paris, que conheci muito rapidamente, mas das músicas relacionadas à cidade, como April in Paris, gravada por meio mundo – Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, Count Basie, Thelonious Monk, Frank Sinatra, Charlie Parker, e também pela (falecida esta semana aos 97 anos de idade) Doris Day, para o filme de mesmo nome, de 1952[1]:
Falando em filme, Paris e música, por aqui tivemos Joana Francesa, canção encomendada ao Chico Buarque[2] para o filme homônimo de 1973, onde é cantada pela atriz francesa Jeanne Moreau.
A música é deliciosa, com metade da letra em português e metade em francês. Também foi gravada por um monte de gente, mas fuçando na Internet descobri esta interpretação que não consta (que eu saiba) de nenhum disco:
O bom de música boa é que normalmente ela é generosa e te dá carona para onde você quiser. Se você está momentaneamente sem grana para visitar a Cidade Luz, não se preocupe, sempre é possível passear sob as pontes de Paris com o Dean Martin[3]:
Mais do que lembrar de alguma música específica, Paris me remete a discos inteiros. É que, por alguma razão que desconheço, vários artistas não franceses têm o seu “ao vivo em Paris”. Fazendo uma busca na minha velha coleção encontrei “Amália Rodrigues no Olympia”, “Art Blakey – Paris Olympia”, “B.B.King Live in France”, “Chico Buarque ao Vivo Paris Le Zenith”.
E o melhor disco ao vivo de todos os tempos (rivalizando apenas com “Alchemy – Dire Straits”), o álbum duplo chamado, vejam só, Paris, do Supertramp.
Este clássico foi lançado em 1980, eu era muito criança, devo ter comprado o meu LP Duplo, sei lá, em 1984 talvez. Ouvia feito louco, último volume (principalmente em Fool’s Overture, com o discurso do Churchill), ouvia e reouvia os quatro lados, por anos e anos, nunca enjoei.
E lá pelo final dos anos 1980, que luxo, ganhei dos meus velhos amigos de São Caetano o Paris em CD, importado dos States, uma extravagância, fizeram uma vaquinha e me deram de aniversário. É o que eu ouço até hoje, ainda em último volume.
Esses mesmos amigos estavam comigo no estádio do Morumbi no Hollywood Rock de 1988, quando assistimos o Supertramp já sem o Roger Hodgson, ou seja, não vimos esta cena[4]:
Muitos anos depois, também em São Paulo, pude assistir um show do Roger Hodgson, sem o Supertramp. Não se pode ter tudo, não é mesmo?
Paris também é o nome do melhor bar com música ao vivo que já existiu em São Paulo, o extinto Café Paris.
Engraçado: na TV o que eu vi era a Torre Eiffel, mas acabei mesmo em São Caetano do Sul e num barzinho do Butantã.
E gostei!
[1] Doris Day, “April in Paris” (Vernon Duke/E.Y. “Yip” Harburg), in A Portrait of Doris Day, 1989.
[2] Chico Buarque e Fagner, “Joana Francesa” (Chico Buarque) in A Arte de Chico Buarque, 1975.
[3] Dean Martin, “Under The Bridges of Paris” (Cochran / Scotto), in Coleção Folha Grandes Vozes vol. 24, 2012.
[4] Supertramp, “The Logical Song” (Roger Hodgson, Rick Davies) in Paris, 1980.
Mais uma vez adorei musicas maravilhosas , as fotos especiais que fizeram me lembrar os dias que tive a oportunidade de lá estar.
obrigada você consegue aflorar nossos sentimentos.
Prossiga!
A Cidade Luz, As Músicas, Os Filmes, Os Livros e Muitas Histórias… Que Maravilha !!! Quanta Vida em cada Momento. Recordar é Viver…The Logical Song !!!
Dóris Day,me fez lembrar minha juventude, eu era fã, não perdia os filmes dela, as músicas que ela cantava, lindo! Você sempre com muita inspiração, adorei, todas músicas lindas, E Paris, maravilhosa , saudades.Mais uma vez, Parabéns. Bjos.
Que viagem Deliciosa, em todos os sentidos…
Lindo, Romântico e Poético, você!
Quanta inspiração!!!
Belíssimas músicas!!!
Viva a Torre Eiffel!!! Ulalá!!!👏🏻👏🏻👏🏻
E quantas recordações…
Nosso, sempre, “Café Paris”❗️❤️
Nara leão me desperta tristeza, não gosto não, possivelmente ciúmes da musa de todos os que viveram a bossa nova, mas cantando em francês até que dá para ouvir. Agora Paris lembra algo mágico tanto para os que a conhecem pessoalmente como para os que nunca pisaram por lá. Paris me lembra Edith Piaf, ela é a própria Paris.
Vou pedir licença ao amigo, já que o assunto é Paris e você citou alguns filmes e sei também que você é um devorador de livros, para também citar o clássico livro de Ernest Hemingway, “Paris é uma festa”, que conta a vida do autor na “Cidade Luz” na década 20 em companhia de outras feras da literatura tais como, Ezra Pound, F. Scott Fitzgerald, Ford Madox Ford, Evan Shipman, Hilaire Belloc, Pascin, John Dos Passos, Wyndham Lewis, James Joyce, Gertrude Stein e Hermann von Wedderkop. Fico as vezes imaginando como seria viver essa experiência !!!
Leitura imperdível !!!
Música boa, filmes bons e literatura de qualidade sempre estarão juntos!!!
Beijos !!!!
Sim! E a maior parte deste pessoal está no excelente “Meia Noite em Paris”, do Woody Allen. Arrasou Dalzin! Bjs.