FIM DO MUNDO

FIM DO MUNDO

17/05/2025 3 Por Marcelo Pantoja

 

Escrito em 17/05/2025.

 

 

“É o Fim do Mundo!”

 

Quem nunca ouviu (ou pronunciou) esta frase? Mas o que, exatamente, é o Fim do Mundo?

 

Um lugar? Pode ser.

 

A cidade argentina de Ushuaia se autoproclama o Fim do Mundo, dizendo-se o lugar mais austral (“ao sul”) da Terra – o que sequer é verdade.[1]

 

Porém, durante séculos, o Fim do Mundo ficava em Portugal, no Cabo de São Vicente, “… o último pedaço de casa para onde os marinheiros portugueses já olharam quando partiram para o desconhecido”.[2]

 

Se não um lugar, talvez o Fim do Mundo seja então um acontecimento trágico, o fim dos tempos, o Apocalipse. Mas também nisto há muita controvérsia, os “Apocálatras” que o digam.[3]

 

Aliás, para muitos o Fim do Mundo já aconteceu, pergunte aos dinossauros. Extintos há 66 milhões de anos, mal sabem eles que o mundo, na verdade, está aqui até hoje.

 

O mundo acabou, também, naquele dia que a Carlota morreu:[4]

 

 

 

 

O Fim do Mundo pode não ser nem um lugar nem um acontecimento, e sim um estado de espírito, ou melhor, um estado de indignação. Recentemente  tive dois desses: Um, quando vi que o Vaticano, durante o velório, precisou pedir aos visitantes que parassem de tirar selfies com o corpo do Papa Francisco.[5]

 

Pois é, teve FDP que esperou oito horas na fila só para tirar uma foto com um defunto famoso e postar. É o Fim do Mundo!

 

Outro desses, ontem, quando li a notícia de que a Prefeitura de Curitiba precisou informar, publicamente, que mãe de “bebê reborn” (aqueles bonecos que parecem gente de verdade) não tem direito a assento preferencial nos ônibus![6]

 

Ai, ai…

 

Provavelmente o mundo não vai acabar nunca, só para os dinossauros, como eu.

 

Tenho tido muitos momentos Fim do Mundo, então, antes que isto aconteça realmente, quero deixar um recado para vocês, meus queridos amigos:[7]

 

 

 

 

Será que o mundo está tão decadente assim, e a solução seja mesmo acabar com o dito cujo? Sei lá, depende do que que a gente vê.

Cada um vê o que quer. O Louis, por exemplo:[8]

 

 

 

 

E o Joey, mais rapidinho.[9]

 

 

 

 

[1] Confira em: https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2022/06/14/fim-do-mundo-terra-do-fogo-e-arvores-tortas-8-fatos-sobre-ushuaia.htm

[2] Veja em: https://www.portugal-a2z.com/br/artigos/cabo-de-sao-vicente-o-fim-do-mundo/

[3] Muito curioso: https://www.youtube.com/watch?v=6p9kQUbwiPY

[4] Eduardo Dussek, “Nostradamus” (Eduardo Dussek) in Eduardo Dussek é Show, 2011.

[5] Veja aqui: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/vaticano-pede-que-visitantes-nao-tirem-selfies-com-caixao-do-papa-francisco/

[6] Verdade! Veja aqui: https://www.metropoles.com/brasil/prefeitura-avisa-que-mae-de-bebe-reborn-nao-tem-assento-preferencial

[7] Belchior, “Antes do Fim” (Belchior) in Alucinação, 1976.

[8] Louis Armstrong, “What a Wonderful World” (Weiss / Thiele), in Coleção Folha Clássicos do Jazz, Vol. 3, 2008.

[9] Joey Ramone, “What a Wonderful World” (Weiss / Thiele), in Don’t Worry About Me, 2002.