DEUS, ME LIVRE
Escrito em 13/10/2023.
DEUS é mencionado na Constituição de mais de 40 países, inclusive na nossa.[1]
Às vezes ele aparece com este nome mesmo, às vezes como Alá, ou Jesus Cristo (que segundo os católicos também é Deus), sem falar nas menções ao islã e ao cristianismo em diversas dessas Constituições.
Na Constituição dos Estados Unidos da América Ele só aparece ao final, na data (“… feita por consenso unânime no 17º. dia de setembro do ano de Nosso Senhor de 1787”)[2]. Em compensação, é expressamente citado nas Constituições de 21 dos estados (unidos) da América.
Aqui também o onipresente Deus está em todas as Constituições estaduais, exceto, não me pergunte o motivo, na Constituição do Estado do Acre.
Até recentemente Ele não aparecia na Constituição da Rússia, mas uma emenda aprovada em 2020 O colocou na Carta Magna daquele país. O que não impediu que os russos, dois anos depois, invadissem a Ucrânia (que também tem Deus na Constituição).
Por outro lado, Deus não é citado na Constituição de Israel[3], o que é espantoso já que Jerusalém é a cidade onde Ele deve morar, pois é o local sagrado das três religiões monoteístas: o judaísmo, o islamismo e o cristianismo.
Acordei com a notícia de que o Hamas, grupo político-terrorista que governa a Faixa de Gaza, convocou para hoje (13/10/2023) o “Dia do Ódio”, orientando seus seguidores no mundo todo a sair às ruas e agredir israelitas e judeus.[4]
Ódio é o antônimo de Amor.[5]
Diferente do popularíssimo Deus/Alá/Jesus Cristo, o Amor figura em uma única Constituição, a da Hungria.[6]
Estatisticamente pode-se concluir, portanto, que em geral as nações dão bastante importância a Deus/Alá/Jesus Cristo, mas ignoram, constitucionalmente, o Amor.
Em 1965 uma cantora-compositora chamada Jackie DeShannon (então namorada de Jimmy Page) gravou a música de Burt Bacharach e Hal David lembrando Deus/Alá/Jesus do que já então era óbvio:[7]
O mundo tem Deus demais e Amor de menos.
Onipresente (até nas Constituições) e onisciente, a esta altura Ele já deveria ter ouvido o apelo de George Harrison.[8]
[1] Ele está logo no preâmbulo da nossa Constituição: “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte… blábláblá …, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil”. Sobre os demais 41 países que têm Deus na Constituição, veja em https://en.wikipedia.org/wiki/Constitutional_references_to_God .
[2] “Done in Convention by the Unanimous Consent of the States present the Seventeenth Day of September in the Year of our Lord one thousand seven hundred and Eighty seven and of the Independence of the United States of America the Twelfth In Witness whereof We have hereunto subscribed our Names…”
[3] Israel na verdade não tem uma Constituição, e sim um conjunto de “Leis Básicas”.
[4] Veja em https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/10/13/entenda-o-que-esperar-no-7o-dia-de-conflito-entre-israel-e-hamas.ghtml
[5] Confira: https://www.antonimos.com.br/odio/
[6] Está no preâmbulo da Constituição Húngara: ““Nós sustentamos que a família e a nação constituem a base estrutural de nossa coexistência e que os valores fundamentais de coesão consistem na fidelidade, na fé e no amor.” – em https://pt.wikipedia.org/wiki/Amor
[7] Jackie DeShannon, “What the World Needs Now is Love” (Burt Bacharach / Hal David) in What The World Needs Now Is Love – Jackie DeShannon, The Definitive Collection, 1994.
[8] George Harrison, “Give Me Love” (George Harrison) in Let It Roll, 2009.
Acredito Deus igual há Amor. mas nossa inferioridade é tão grande que não aprendemos ainda o verdadeiro sentido do amor.
Amor é fraternidade, respeito, solidariedade,compaixão e muito mais!
A humanidade é a grande família universal.
Somos ainda muito egoístas,
Dia chegará que vamos nos amar como irmãos que somos !
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Genial. Muita sensibilidade de trazer esse tema agora, Marcelo. Não podia ser num momento mais oportuno.
Você Disse tudo: “O mundo tem Deus demais e Amor de menos.”
Faz a gente pensar.
Talvez porque “Deus” seja uma criação conceitual do “ser humano” (e “ser humano” é um aprendizado, diferente de “ser”), e o “Amor” seja um evento experiencial arrebatadoramente transcendente, não é elaboração mental. Daí que os místicos de toda e qualquer religião, (católicos, sufis, advaitas, hindus, jainistas, povos originários, xamãs, e até os sem religião – ahhh… e os poeta místicos… sim, os poetas!), quando são tomados por isso, o descrevam por falta de tradução dessa experiência, como “Amor” e não como “Deus”.
Mas aí, quando colocam “Deus” no meio…. é o que vc disse: Deus me livre!
Gratidão Marcelo!
🙏🏼
Precisamos ter Muita Esperança para a Sobrevivência da Humanidade !!!
Pois a cada Dia, está mais Difícil. Estamos Nos auto Destruindo.
Os Valores da Vida… O que isso Representa ?
O Respeito ao Próximo… O que isso Representa ?
O Amor… O que isso Representa ?
Independente do Nome, Ele está dentro de Nós.